Desembarquei do ferry em catembe por volta das 10 horas do dia 22 de Dezembro, na paragem havia quem já dissesse ser bastante tarde para viajar à Ponta de Ouro. Isto era comprovado pela dificuldade em achar um lugar num dos dois últmos carros que partiriam naquela direcção.
Pelas 11 horas iniciou a viagem de pouco mais de 103kms de distância e 5 horas de tempo.
Neste percurso é de destacar as lindas vistas no topo das falésias de Catembe, uma localidade exótica chamada Ka Kufa (Lugar de morte,onde por acaso encontramos uma pessoa acidentada e ferida), as florestas da região da Reserva especial de Maputo, as dunas arenosas de Zitundo e as suas colinas artisticamente cobertas dum tapete natural verde florescente e a simpatia das gentes que residem pelas povoações ao longo da estrada.
A estrada de terra batida prolonga-se até ao cruzamento da Bela Vista (Local onde se encontra o desvio para Boane, uma via alternativa para ir para e voltar da Ponta de Ouro). Daqui a estrada asfaltada nos conduz até a localidade de Salamanga (Neste local se pode ver um exótico templo a Beira do rio Maputo) onde dá lugar a uma estrada arenosa, e mais tarde super arenosa que se prolonga até ao fim da viagem.
È INCRÍVEL e inigualável a experiência dos condutores dos chapas que vão até aquele local. Fazem verdadeiros milagres ao passar por aquelas vias sem tracção às 4 rodas.
Maravilhei-me também pela linda e densa floresta que se estende ao longo da Reserva de Maputo e ainda mais pelas dunas cobertas pelo florescente da vegectação herbácea que caracteriza a região de Zitudo.
A conservação da região da ponta de ouro é impressionante, a floresta e as planícies virgens estão por todo o lado, a presença humana é menos dectetável.
Após a fronteira (lugar onde se pode dar uma paragem para descansar ou pedir informação), segue-se uma terrível luta contra as dunas, uma verdadeira "dança de soube e desce" onde muita gente acaba enterrando os seus veículos, mesmo com tracção às 4 rodas.
Finalmente avistam-se os primeiros bairros de Ponta de ouro e suas gentes. O mercado é a primeira evidência de se ter chegado a um local turístico e lá termina a viagem de chapa ao local. Incrivelmente, esta longa estrada vinda de Maputo termina na portão de entrada do Parque de Campismo de Ponta de ouro, um local vasto e precioso cuja fronteira sul está a poucos metros daquelas tépidas e cintilantes águas da praia de Ponta de Ouro.
A praia é prazeirosa, uma verdadeira piscina natural onde se pode e se pratica densamente o mergulho livre. Mais para o sul estão aquelas maravilhosas banheiras naturais (Buracos na rocha pavimentada), onde quando a maré baixa nos podemos deitar sob suas águas mornas (acredito que estas tenham resultado do embate com meteoritos).
O que mais me encantou foram as dunas de areia encabeladas por um verde vegectal vislumbrante (As maiores dunas costeiras do mundo).
A minha alternativa de alojamento foi o campismo localizado na casa no Senhor Neto, à esquerda do da estrada e do lado do mercado, que naquela altura, era a única alternativa para campistas.
Com o proprietário, o simpático e trabalhador Sr.Neto, tive a oportunidade de trocar alguns dedos de conversa onde ele expressou a indignação pela pouca afluência de jovens moçambicanos à Ponta de Ouro, apesar das facilidades que lá existem para turistas nacionais.
De noite, o mercado e o Pinto´s Nigth Club são as melhores alternativas para quem queira conhecer e interagir com nativos (gente simpática e sempre apta para ajudar) e para matar a fome.